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(Observar sem julgar)


Observar sem emitir julgamento
- © Lenise M. Resende -

Tenho ouvido e lido a opinião de diversas pessoas, sobre a prática do não julgamento dos outros e de si mesmo. Recentemente, soube que dois princípios do Reiki, método de cura que se utiliza do toque das mãos, são: Somente por este momento, não te julgues. Somente por este momento, não julgues o outro.

Minha preocupação com esse assunto, também é recente. Antes, por não gostar de ouvir ou fazer fofoca, tinha a impressão de não estar julgando as outras pessoas. Quando alguém contava uma fofoca, fazia ouvido de mercador, e não prestava atenção ao que estava sendo dito. Hoje, interrompo a pessoa logo que ela começa a falar, e peço que não continue. Percebi que, mesmo que não estivesse prestando atenção, seria um ouvinte passivo - algo tão prejudicial quanto ser um fumante passivo.

A atitude de não querer escutar, ou não expor verbalmente o que pensamos sobre outra pessoa, não significa não ter uma opinião formada. Formar conceito, juízo, opinião sobre alguém ou alguma coisa não torna obrigatório lavrar, emitir ou pronunciar uma sentença sobre ela.

A prática do "não julgamento" significa, na verdade, acostumar-se a não emitir julgamento. Assim como "observar sem julgar" significa, na verdade, observar e guardar sua opinião para uso próprio. Observar é olhar com atenção. Para observar uma pessoa é preciso estar atento, interessado, e ouvir de fato o que ela diz, ou ler o que ela escreve. Observar que certa pessoa costuma repetir um comportamento, pode determinar a maneira como vamos nos relacionar com ela. Desatenção não é apenas deixar de prestar atenção em algo ou alguém, mas uma indelicadeza e uma falta de cuidado com nosso bem estar.

Existe uma grande diferença entre o pensar e o falar. Em geral, quando emitimos uma opinião usamos palavras que funcionam como rótulos: fulano é teimoso, é preguiçoso, é isto, é aquilo. O tempo passa, o fulano se esforça para melhorar da teimosia ou da preguiça, mas aquele "é" colocado antes do adjetivo nos impede de perceber a mudança. Erro nosso, pois ele só estava numa fase de teimosia ou de preguiça.

Recebi, há alguns anos, um e-mail com uma sugestão de como não responder provocações. Como serve perfeitamente para quem deseja resistir a vontade de emitir julgamento, vou reproduzi-la aqui: "Pegue um copo de água, beba um pouco e conserve o resto na boca. Não a ponha fora, nem a engula. Enquanto reflete sobre o que vai falar, deixe a água banhando a língua."

Uma das expressões mais repetidas atualmente é: "Deus nos deu somente uma boca e duas orelhas, isto é, dois órgãos para ouvir e somente um para falar". Mas, pensando bem, Deus nos deu dois olhos, duas orelhas e somente uma boca, isto é, dois órgãos para olhar, dois para ouvir e somente um para falar. Por essa razão, deveríamos observar mais e divulgar menos nossa opinião sobre outras pessoas!

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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
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(Atitude sem pressa)


Atitude sem pressa
- © Lenise M. Resende -
 
Existem alguns assuntos sobre os quais tenho opinião, mas guardo pra mim. Existem pessoas que se comportam de modo que discordo, mas não critico. Não costumo, também, fazer comentários sobre a pressa ou pessoas apressadas.

Após receber um texto enviado por um amigo, no entanto, comecei a pensar em escrever sobre o assunto. Na verdade, o texto que recebi é tão interessante, que merecia ser divulgado na íntegra. Mas, por que me apressar, divulgando um texto do qual ainda não conheço o autor?

O texto faz comentários sobre o Slow Europe, movimento que baseia-se no "questionamento da pressa e da loucura gerada pela globalização, pelo apelo à quantidade do ter em contraposição à qualidade de vida ou à qualidade do ser". Esse movimento foi inspirado no Slow Food (comer e beber devagar, saboreando os alimentos, curtindo seu preparo, no convívio com a família e amigos).

Um dos melhores trechos do texto diz: "essa 'atitude sem pressa' não significa fazer menos, nem menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais qualidade e produtividade com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos stress. Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do local - presente e concreto - em contraposição ao global - indefinido e anônimo."

A internet nos sugere rapidez, e seus serviços usam nomes como Velox e Speed (velocidade). Mas seria a internet sempre rápida? Ela pode ser rápida, se todos os serviços que o usuário utiliza forem rápidos.
 
Hoje, recebi um pedido do Spam Uol, para confirmar mensagens que enviei há três dias. E se fosse urgente? Só não podemos negar que os vírus, os boatos e as más notícias, são velozes. A solidariedade, o carinho e a amizade, também, se o usuário usar boas sementes e cuidar do que anda plantando, sem esquecer de um bom antivírus.
 
Tantas coisas acontecem em tão pouco tempo na internet que, muitas vezes, perco a noção do tempo. Preciso pensar muito, para lembrar que uso esse meio de comunicação somente há dez anos. Parece que mais tempo se passou. Velozmente, pessoas surgiram e desapareceram, amizades começaram e terminaram, sites foram criados e fechados, informações foram achadas e perdidas, e mensagens guardadas foram deletadas.
 
Se, hoje, eu indagar por X, aquela escritora que foi muito divulgada em 2001, alguém lembraria dela? Não sei. Só posso dizer que eu não a esqueço. Quando a conheci, no ano 2000, estava começando a divulgar meus trabalhos. Com o tempo, percebi uma "coincidência" - quando eu era publicada num site, logo após a minha divulgação, ela também era publicada naquele espaço. A maior diferença entre nós é que, quando cediam espaço para dez poemas, eu enviava só oito. E deixava espaço para um futuro envio. Ela enviava os dez de uma vez só.
 
Mas, com o passar do tempo, meu ritmo de publicação deve ter ficado lento para a pressa dela, e ela descolou de mim. Enquanto eu escrevia dez textos diferentes, ela publicava um mesmo texto em dez lugares. Alguns meses depois, no auge do sucesso virtual, ela enviou uma mensagem aos amigos, pedindo que parassem de lhe escrever por algum tempo. Citou os motivos, que não vou reproduzir, e sumiu da internet.
 
Na mesma época, uma amiga criou um site e um grupo de discussão literária. A base desse trabalho era a divulgação de novos escritores, feita através de frequentes atualizações. Em pouco tempo, ela estava estressadíssima, passando a maior do dia no computador. Sabendo que eu era owner (proprietária) de um grupo no Yahoo, ela indagou-me a respeito. Respondi que criei o meu site e o grupo, baseados na minha realidade. Algumas vezes, posso ficar muitas horas seguidas no computador. Mas, fazer isso diariamente, não é possível. Além disso, preciso ter tempo para criar o meu próprio trabalho.
 
Por que prometer o impossível, então? Por que a pressa em divulgar e atualizar? Será que as pessoas que recebem atualizações frequentes tem tempo de acompanhá-las? Eu não tenho, por isso, prefiro deixar uma atualização em destaque por muito tempo.
 
Sou rápida ao pensar, mas felizmente aprendi a refrear o impulso de agir rápido. E já me poupei muitos aborrecimentos. A rapidez que a internet sugere me deixa cautelosa. E a cautela me deixa lenta... ou melhor, sem pressa.

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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
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TEXTO RELACIONADO

(Porto solidão)

 
Porto solidão
- © Lenise M. Resende -

Uma coisa que não posso dizer, é que não tenho amigos. Tenho muitos. Alguns, são escritores e, começaram a publicar na internet, quase na mesma época que eu. Mas, nesse mar de pessoas que é a internet, nem sempre ficamos muito próximos.

Amigos começam a se afastar, quando um deles une-se a outro grupo, cria um novo site ou faz qualquer outra atividade nova. Logo, o outro faz o mesmo, e eles começam a ter conhecidos diferentes. Algumas vezes, os conhecidos de um também são conhecidos do outro. E eles até se aproximam novamente. Mas as correntes marítimas nem sempre levam os nadadores para a mesma praia.

A comunicação depende do tempo que cada um dispõe, e oscila muito. Hoje, que você quer conversar sobre trabalho, é feriado na cidade onde seu amigo mora, e ele foi viajar. Quando ele retornar, você já terá saído de férias. Ao voltar, até surgir uma oportunidade para falar no assunto, muito tempo já passou.

Alguns amigos, são tão parecidos comigo que quase não param para conversar. Estão sempre trabalhando, dentro ou fora da internet.

Muitas vezes, escrevo o que sinto, o que vejo ou imagino, e lanço nesse mar. Algumas vezes, recebo respostas agradecidas de lugares distantes. Outras vezes, sou eu que agradeço por mensagens de outros escritores que chegaram até aqui. Mas, diante desse mar de pessoas que navega na internet, muitas vezes sinto-me só, enquanto aguardo que alguma mensagem pessoal chegue em minha praia.

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Nota - Prosa poética ou crônica lírica (em que o autor relata com nostalgia e sentimentalismo)
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(A farinha e a web)


A farinha e a web
- © Lenise M. Resende -

"Alimentos que contêm farinhas tem contribuído para suprir as necessidades nutricionais humanas por milhares de anos."

Existem vários tipos de cereais (trigo, milho, aveia, arroz, cevada, sorgo, centeio) consumidos na forma de farinha. Cada uma das farinhas tem uma qualidade sem igual, específica. E até a farinha de trigo, que é consumida em quantidades muito maiores que qualquer outra farinha de cereal, tem vários tipos. As farinhas feitas com trigo duro são usadas para fazer o pão. As farinhas feitas com trigo suave são usadas para fazer bolos e bolachas.

Um artigo da Enciclopédia Interativa Compton relata que um moinho pode misturar as farinhas em muitas combinações. Também é possível produzir vários tipos de farinhas misturadas, simultaneamente, de um tipo de cereal. E, que mais versatilidade é ganha, moendo grãos com variados conteúdos de proteína.

Abandonar a internet, após uma grande decepção, seria o mesmo que considerar que "todas as pessoas são farinha do mesmo saco".  E, como já vimos, existem muitos e muitos tipos de farinha. Só nos resta, então, peneirar. Parece difícil, mas com o tempo aprende-se a ir gradativamente diminuindo a malha da peneira ou a classificar os tipos de farinha.

Assim como existem os especialistas que classificam as farinhas, existem os profissionais da área psi para ajudar a entender as pessoas. E foi no site de um deles (PsiWeb) que encontrei uma advertência que me chamou a atenção: "Essa comunicação virtual oferece inúmeras oportunidades da pessoa ser: pode ser ela totalmente, parte dela, parte de outra pessoa, outra pessoa, e assim por diante. Enfim, a pessoa pode se apresentar fielmente como ela própria ou fantasiar a si mesma, como melhor lhe aprouver. Se todos souberem dessas regras a questão pode ser positiva e até terapêutica. Ignorando-se esses aspectos a questão pode ser traumática."

Trocando em miúdos, isso quer dizer que, na internet, cada um deve escolher suas amizades, seguindo suas próprias observações e necessidades. Ou melhor dizendo, que cada um classifique sua própria farinha, nada de aceitar autoavaliações.

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Nota 1 - Crônica de internet (que apresenta aspectos particulares da comunicação virtual)
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Nota 2 - Para enriquecer estas linhas, coloco na sequência um texto sobre a frase “São todos farinha do mesmo saco”: Esta frase, que tem o fim de desmascarar pessoas que fingem ser o que não são, nasceu de uma metáfora que compara os homens aos trigos e seus derivados. A farinha de boa qualidade é posta em sacos separados para não ser confundida com a de qualidade inferior. Quando indivíduos falsos se arrogam em críticos severos de outros de quem podem ser na verdade cúmplices, sócios ou amigos, surge esta frase para dar conta de que não há diferença entre eles. Originalmente apareceu em latim: "Homines sunt ejusdem farinae" (são homens da mesma farinha). O famoso escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) usou a expressão com frequência em seus romances: "C’est sont des gens de la même farine", que em português foi traduzida com leve alteração. (Fonte: De Onde Vêm As Palavras, Deonisío da Silva, Ed. Mandarim)
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(Morto-vivo)


Morto-vivo
- © Lenise M. Resende -

Creio que alguns costumes tem início na nossa vivência, no período de infância e adolescência. Não lembro de ver meus pais trazendo pedrinhas, conchinhas, folhas ou flores, como recordação dos lugares que visitávamos. Fotos ao lado de arbustos floridos, eram a lembrança preferida de minha mãe.

Talvez, por isso, sempre me chamou a atenção, a atitude das pessoas que não conseguem passar por um jardim sem deixar de coletar flores. Quando não encontram flores, quebram pequenos galhos, coletam folhas ou arrancam mudas de plantas. No momento que o que foi coletado murcha ou atrapalha alguma atividade, é jogado no chão.

Creio que alguns costumes virtuais revelam, claramente, a nossa forma de agir na vida real.

Sempre me chamou a atenção, a atitude das pessoas que não conseguem entrar numa página da internet sem deixar de coletar textos e imagens. O destino dado a esse material pode ser a publicação em algum blog, repasse aos amigos ou uma pasta de arquivos no computador. Em geral, seria melhor que a pessoa divulgasse o endereço original do texto ou da imagem. Longe de seu lugar de origem, muitos perdem o brilho, lembrando uma flor murcha.

Divulgar o endereço de algo bonito visto na internet, é o mesmo que mostrar a foto de algo que nos agradou na vida real. A foto nos mostra algo vivo. As pedrinhas, conchinhas, folhas e flores secas, mostram o contrário, quando vistos somente como uma recordação. Quando usados na criação de objetos de arte ou artesanato, ganham nova vida. O mesmo acontece quando o que foi coletado na internet é tratado com carinho, e tem a sua autoria respeitada.

Há algum tempo, logo após ter divulgado um novo álbum de imagens, recebi uma reclamação. Alguém queria copiar o álbum inteirinho e, preocupada em fazer um bom trabalho, esqueci de mudar um detalhe nas configurações que impedia a cópia integral. Não sei se, depois, o álbum foi copiado. Só sei que, após algumas mudanças que fiz, ele ficou bem melhor. Sorte de quem preferiu guardar ou divulgar só o endereço.
 
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Nota - Crônica de internet (que apresenta aspectos particulares da comunicação virtual)
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(Publicar em blog)


Publicar em blog
- © Lenise M. Resende -

Publicar em blog é uma das coisas mais estranhas que conheço. Não importa o que motivou um autor a escrever um texto, a decisão de mostrá-lo num blog, em geral, tem motivação diversa. Pessoalmente, considero mais trabalhoso escolher os textos que devo (ou posso) divulgar, do que escrevê-los.

O regulamento de alguns concursos literários, só permite a inscrição de uma obra, se a parte publicada na internet não ultrapassar ¼ (um quarto) do conteúdo total. Da mesma forma, algumas editoras não publicam livros com mais de 10% (dez por cento) de conteúdo já divulgado.

Como gosto de escrever poemas e textos curtos (crônicas, contos e minicontos), ao publicá-los separadamente, antes de considerar um livro finalizado, me arrisco a ultrapassar esses limites.

É mais seguro separar nosso trabalho em duas partes: uma para publicação em livro e outra para divulgação na internet. Mas é cansativo lidar com a vontade de mostrar os textos e, ao mesmo tempo, preservá-los.

Por segurança, considero que, as crônicas e os poemas já publicados em livro, são os melhores trabalhos para divulgação na internet. Sendo assim, são as crônicas que predominam no meu blog.

Algumas pessoas consideram que, ter feedback sobre seu trabalho, é uma das grandes vantagens de publicar em blog. O feedback é um meio que nos permite ter uma ideia de como somos vistos pelos outros.  

O feedback que tenho sobre meu trabalho vem, na verdade, dos associados dos meus grupos de newsletter (boletim de novidades). Acredito que eles tem uma visão mais completa sobre a variedade e a qualidade do meu trabalho. E, assim como recebem as mensagens por e-mail, é dessa forma que fazem seus comentários.

Não dá para saber como sou vista pelos leitores do blog, porque ainda são poucas as pessoas que fazem comentários. Mas, agora que o blog possui um novo recurso que permite saber o número de visualizações, já tenho uma ideia do país de origem dos visitantes. E não me surpreendeu saber que a maioria é do Brasil, seguido por Estados Unidos, Canadá, Portugal, Peru e Alemanha, países onde sei que tenho conhecidos. A surpresa, foi saber dos visitantes da Rússia, da Dinamarca, da Croácia e da Coreia do Sul.

Publicar em blog pode ser uma das coisas mais estranhas que conheço, mas é uma das mais gratificantes, também.

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Nota - Crônica de internet (que apresenta aspectos particulares da comunicação virtual)
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TEXTO RELACIONADO