(A farinha e a web)


A farinha e a web
- © Lenise M. Resende -

"Alimentos que contêm farinhas tem contribuído para suprir as necessidades nutricionais humanas por milhares de anos."

Existem vários tipos de cereais (trigo, milho, aveia, arroz, cevada, sorgo, centeio) consumidos na forma de farinha. Cada uma das farinhas tem uma qualidade sem igual, específica. E até a farinha de trigo, que é consumida em quantidades muito maiores que qualquer outra farinha de cereal, tem vários tipos. As farinhas feitas com trigo duro são usadas para fazer o pão. As farinhas feitas com trigo suave são usadas para fazer bolos e bolachas.

Um artigo da Enciclopédia Interativa Compton relata que um moinho pode misturar as farinhas em muitas combinações. Também é possível produzir vários tipos de farinhas misturadas, simultaneamente, de um tipo de cereal. E, que mais versatilidade é ganha, moendo grãos com variados conteúdos de proteína.

Abandonar a internet, após uma grande decepção, seria o mesmo que considerar que "todas as pessoas são farinha do mesmo saco".  E, como já vimos, existem muitos e muitos tipos de farinha. Só nos resta, então, peneirar. Parece difícil, mas com o tempo aprende-se a ir gradativamente diminuindo a malha da peneira ou a classificar os tipos de farinha.

Assim como existem os especialistas que classificam as farinhas, existem os profissionais da área psi para ajudar a entender as pessoas. E foi no site de um deles (PsiWeb) que encontrei uma advertência que me chamou a atenção: "Essa comunicação virtual oferece inúmeras oportunidades da pessoa ser: pode ser ela totalmente, parte dela, parte de outra pessoa, outra pessoa, e assim por diante. Enfim, a pessoa pode se apresentar fielmente como ela própria ou fantasiar a si mesma, como melhor lhe aprouver. Se todos souberem dessas regras a questão pode ser positiva e até terapêutica. Ignorando-se esses aspectos a questão pode ser traumática."

Trocando em miúdos, isso quer dizer que, na internet, cada um deve escolher suas amizades, seguindo suas próprias observações e necessidades. Ou melhor dizendo, que cada um classifique sua própria farinha, nada de aceitar autoavaliações.

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Nota 1 - Crônica de internet (que apresenta aspectos particulares da comunicação virtual)
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Nota 2 - Para enriquecer estas linhas, coloco na sequência um texto sobre a frase “São todos farinha do mesmo saco”: Esta frase, que tem o fim de desmascarar pessoas que fingem ser o que não são, nasceu de uma metáfora que compara os homens aos trigos e seus derivados. A farinha de boa qualidade é posta em sacos separados para não ser confundida com a de qualidade inferior. Quando indivíduos falsos se arrogam em críticos severos de outros de quem podem ser na verdade cúmplices, sócios ou amigos, surge esta frase para dar conta de que não há diferença entre eles. Originalmente apareceu em latim: "Homines sunt ejusdem farinae" (são homens da mesma farinha). O famoso escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) usou a expressão com frequência em seus romances: "C’est sont des gens de la même farine", que em português foi traduzida com leve alteração. (Fonte: De Onde Vêm As Palavras, Deonisío da Silva, Ed. Mandarim)
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