(Porto solidão)

 
Porto solidão
- © Lenise M. Resende -

Uma coisa que não posso dizer, é que não tenho amigos. Tenho muitos. Alguns, são escritores e, começaram a publicar na internet, quase na mesma época que eu. Mas, nesse mar de pessoas que é a internet, nem sempre ficamos muito próximos.

Amigos começam a se afastar, quando um deles une-se a outro grupo, cria um novo site ou faz qualquer outra atividade nova. Logo, o outro faz o mesmo, e eles começam a ter conhecidos diferentes. Algumas vezes, os conhecidos de um também são conhecidos do outro. E eles até se aproximam novamente. Mas as correntes marítimas nem sempre levam os nadadores para a mesma praia.

A comunicação depende do tempo que cada um dispõe, e oscila muito. Hoje, que você quer conversar sobre trabalho, é feriado na cidade onde seu amigo mora, e ele foi viajar. Quando ele retornar, você já terá saído de férias. Ao voltar, até surgir uma oportunidade para falar no assunto, muito tempo já passou.

Alguns amigos, são tão parecidos comigo que quase não param para conversar. Estão sempre trabalhando, dentro ou fora da internet.

Muitas vezes, escrevo o que sinto, o que vejo ou imagino, e lanço nesse mar. Algumas vezes, recebo respostas agradecidas de lugares distantes. Outras vezes, sou eu que agradeço por mensagens de outros escritores que chegaram até aqui. Mas, diante desse mar de pessoas que navega na internet, muitas vezes sinto-me só, enquanto aguardo que alguma mensagem pessoal chegue em minha praia.

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Nota - Prosa poética ou crônica lírica (em que o autor relata com nostalgia e sentimentalismo)
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