(Que venha o novo)

Que venha o novo!

- © Lenise M. Resende -

O fim de um ano ou o começo de outro é sempre uma boa ocasião para ler as previsões astrológicas. Essa é uma atitude que sempre repito. E, se possível, repito diversas vezes, depois que o novo ano inicia, porque em pouco tempo esqueço tudo que li. Acho essas leituras interessantes e estimulantes, mas não guio minha vida por elas, então acabo esquecendo. Quando sinto necessidade de estímulo, releio as previsões.

 

Em geral, as previsões que mais me interessam são sobre trabalho. Em segundo lugar costuma ficar a saúde. O amor, o último colocado da minha lista, acaba virando motivo de piadas, quando as previsões são boas. Mas há tantos e tantos anos que estou de mal com os deuses do amor, tanto os gregos quanto os romanos, que eles nem lembram mais que eu existo.

 

Como estou reatando amizade com esses deuses, eles já foram avisados que podem selecionar um candidato. E o motivo eles só vão saber quando derem uma olhadinha aqui na Terra.

 

Depois de tanto tempo, é claro que amadureci bastante, e, se isso é bom por alguns aspectos, por outros, nem tanto. Estou mais velha, mais lenta, e mais uma porção de outras coisas. Mas, também, estou aprendendo a ser menos exigente, e menos outras coisas que considero excessivas ou supérfluas.

 

Assim como manter as janelas abertas deixa a casa mais iluminada e saudável, manter a mente aberta às mudanças ilumina nossos pensamentos, trazendo novas ideias e hábitos mais saudáveis para melhorar nossa vida.

 

Algumas mudanças já começaram a acontecer, estimulando a ocorrência de outras, mas essa imprecisão em relação ao resultado não me assusta. Já que a minha vida anda tão incolor, inodora, insípida, morna, monótona e neutra, é melhor receber um pouco de tempero. Só assim ela vai merecer continuar existindo.

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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)

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