- © Lenise M. Resende -
Recebi um convite para colaborar em um jornal de crônicas na internet. Pensei, durante algum tempo, para ver se teria tempo para escrever. Achei que sim e aceitei. Recebi, então, um e-mail dizendo que poderia enviar a primeira crônica. Tudo bem! Mas, ó dúvida cruel - que crônica?
Abri o Word, como se um guarda-roupa fosse e indaguei: - Com que roupa eu vou? - e fui descartando os textos: - Esse é velho. Hum! Esse é muito curto! Esse é muito longo. Ih! Esse não está adequado. É muito simples! - Nada servia.
Cheguei a pensar em reformar. Tira daqui, aumenta de lá, costura, borda, enfeita e nada... Até que bati os olhos em um modelinho básico - aquele pretinho salvador. No caso, era um texto básico, enxutinho.
Para o primeiro sarau estava bom. Nos próximos, eu já teria enxugado algum texto, para ficar na medida exata, ou feito um novo. Mas, fiquei aqui matutando, por que a novidade nos deixa tão inseguros. Seria a vontade de causar boa impressão, logo na primeira olhada?
Quem não ri de uma mulher, com o armário cheio de roupas, dizendo que não tem nada para ir a uma festa? Só quem já passou por esta situação, sabe como é desesperadora. Se o marido está por perto, mostra um vestido comprado para um casamento cinco anos atrás, e diz: - Você fica tão bem com esse! Vai com ele!
Essas palavras, costumam dar origem a uma lista de defeitos do tal vestido. Foi exatamente isso que fiz com meus textos. Comecei a achar defeitos, e a pensar no que poderia ser mudado.
Dizem que a emenda é pior do que o soneto. Se eu tivesse descaracterizado os textos com mudanças, certamente iria me arrepender.
Enviei o texto escolhido e, despreocupada, escrevi outros para uma data especial. Um deles, enviei, pensando ser a segunda colaboração. Pela proximidade da data, esse acabou sendo o primeiro publicado. E, assim, acabei estreando de roupa nova.
Abri o Word, como se um guarda-roupa fosse e indaguei: - Com que roupa eu vou? - e fui descartando os textos: - Esse é velho. Hum! Esse é muito curto! Esse é muito longo. Ih! Esse não está adequado. É muito simples! - Nada servia.
Cheguei a pensar em reformar. Tira daqui, aumenta de lá, costura, borda, enfeita e nada... Até que bati os olhos em um modelinho básico - aquele pretinho salvador. No caso, era um texto básico, enxutinho.
Para o primeiro sarau estava bom. Nos próximos, eu já teria enxugado algum texto, para ficar na medida exata, ou feito um novo. Mas, fiquei aqui matutando, por que a novidade nos deixa tão inseguros. Seria a vontade de causar boa impressão, logo na primeira olhada?
Quem não ri de uma mulher, com o armário cheio de roupas, dizendo que não tem nada para ir a uma festa? Só quem já passou por esta situação, sabe como é desesperadora. Se o marido está por perto, mostra um vestido comprado para um casamento cinco anos atrás, e diz: - Você fica tão bem com esse! Vai com ele!
Essas palavras, costumam dar origem a uma lista de defeitos do tal vestido. Foi exatamente isso que fiz com meus textos. Comecei a achar defeitos, e a pensar no que poderia ser mudado.
Dizem que a emenda é pior do que o soneto. Se eu tivesse descaracterizado os textos com mudanças, certamente iria me arrepender.
Enviei o texto escolhido e, despreocupada, escrevi outros para uma data especial. Um deles, enviei, pensando ser a segunda colaboração. Pela proximidade da data, esse acabou sendo o primeiro publicado. E, assim, acabei estreando de roupa nova.
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Nota - Crônica literária (apresenta aspectos particulares de criação ou
crítica literária)
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6 comentários:
Sou sua fã, não só por termos o mesmo nome, mas pelo caráter e pela emoção que passas quando escreve!
Grande Abraço!
Lenise.
Perfeita. Gostei muito da crônica. Enxuta. Simples. Direta, mas utilizando de metáforas muito interessantes. E que a maioria das pessoas já passaram ou compreendem perfeitamente. E no fim, as coisas se resolvem. Eduardo
29/01/2011
Lenise, Até me espantou suas incertezas, tudo que escreve é tão bom, perfeito no entendimento do que quer passar. Adorei a comparação do guarda-roupa; que suplício! Minha sábia avó dizia - quem tem muito nunca sabe o que escolher, quem tem pouco pega o primeiro que aparece. Tadinha, é que ela não conhecia escritores, nunca soube como somos um "tantinho loucos e nossas gavetas assombradas" se conhecesse guardaria seu ditado rsr. Linda crônica. Neli
29/01/2011
Excelente crônica, Lenise. É verídica? Imagino que sim. Bastante leve, simples e com gosto de quero-mais. Reflete bem o nervosismo e a ansiedade que tomam conta da gente sempre que nos deparamos com algo há muito esperado. Obrigado por dividi-la conosco. Gustavo
29/01/2011
Achei a crônica leve, bacana. Só tiraria essa frase: "No caso, era um texto básico, enxutinho." Ela explica a metáfora anterior, do "pretinho básico". Além de desnecessária, tira um pouco da força da comparação. De resto, nada a reclamar. FF
04/02/2011
Gostei Lenise! As comparações se encaixaram perfeitamente, sem nós soltos. A crônica é leve e agradável. Ainda mais para um fim de madrugada/início de manhã como essa. Tadashi
06/02/2011
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