- © Lenise M. Resende -
Houve um tempo, em que a palavra felicidade me parecia ter sido criada para nomear um sentimento inexistente. Quando lia o relato de alguém que se dizia feliz, tinha a impressão de que o autor exagerava um pouco para impressionar os leitores. E, entre lágrimas e sorrisos, fui vivendo e me acreditando infeliz. Mas sempre lutando para sorrir cada vez mais.
Um dia, reunindo poemas para um livro que desejava publicar, hesitei em incluir um deles. No desfecho do poema, eu dizia não conhecer a felicidade, e essa afirmação me incomodava. Apesar de saber que havia sido sincera ao escrever aquele poema, sentia que ele não refletia minha realidade atual. No entanto se, naquele momento, alguém me perguntasse: "Você é feliz?", certamente eu responderia: "Não sei!" E, por não saber a resposta para aquele "sou ou não sou", pensei muito. Mas não pensei simplesmente, pensei deitada.
Para algumas pessoas, deitar para pensar deve ser fácil. Pra mim, durante boa parte da minha vida, era impossível. Eu dormia muito pouco e não conseguia ficar na cama esperando o sono chegar. Levantava e ia fazer alguma coisa. Também não gostava de dormir durante o dia. Somente algum tempo após ter deixado de fazer análise é que senti necessidade de parar, fosse durante o dia ou a noite, e deitar para pensar.
No início, parecia estranho para a família me ver deitada de olhos abertos, olhando para o teto, para o nada, para o céu... Quando alguém não resistia e perguntava: "Você está doente?" Eu respondia simplesmente: "Não!" E continuava pensando... E foi assim, aprendendo a relaxar, que aprendi a gostar de dormir e a tornar mais confortável o local onde durmo.
Nem sei dizer quando comecei a repetir a frase "Estou tão feliz!", minutos antes de adormecer. Só sei que até hoje, é irresistível ficar sorrindo, enquanto penso essa frase. E só recentemente descobri que, sem saber, estava exercitando a auto-hipnose, um relaxamento propício a autossugestão. Assim, essa frase ficou definitivamente gravada no meu subconsciente e converteu-se em verdade. O interessante é que custei a perceber essa verdade. Foi preciso pensar muito, para enxergar que a resposta para aquele "sou ou não sou", só poderia ser uma: - É claro que sou feliz!
Algumas vezes, vários momentos tristes se sucedem; deixando uma marca tão profunda que a pessoa nem sempre percebe que, entre um episódio e outro, viveu momentos felizes. E isso aconteceu comigo. Mas, a partir do momento que decidi parar e mergulhar dentro de mim, descobri que a felicidade estava aqui dentro, quietinha, esperando apenas ser descoberta.
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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
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4 comentários:
"Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo." Buda - Siddharta Gautama (entre 556 e 563 aC), líder religioso indiano.
“A mente é o limite das possibilidades. Por isso, poderemos ser o que ela determinar que sejamos. Para ter saúde, alegria, felicidade, sorte e amor basta usar o poder da mente. Nós somos primeiro o que pensamos e depois o que sentimos e o que agimos. Esta é a chave que abre as portas para uma vida plena de sucessos e evolução.” (Rosely D. Cocenza, fisioterapeuta, especialista em acupuntura e instrutora de pilates)
"Somos aquilo o que recordamos e também o que resolvemos esquecer." Ivan Izquierdo (1937), médico e cientista argentino, naturalizado brasileiro.
“Abrir o baú de recordações e emoções vividas não é tão fácil assim. Mas é necessário para fazer uma superlimpeza e atualização de nossos registros de vida e mente com ideias, objetivos e metas mais sadios. Sabe aquela máxima que diz que o Universo conspira a seu favor? É verdadeira. Ela funciona pela lei de atração. Aquilo que pensamos e fazemos, atrai esta energia para nossas vidas.” Franco Guizzetti, consultor e professor de Feng Shui e de Geobiologia/Radistesia
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