Um dia após a Quarta-Feira de Cinzas, o desafio foi lançado no grupo de oficina literária: produzir sobre
Fantasia.
Depois de um colorido Carnaval, minha mente parece uma tela em branco. Fantasia seria a vestimenta usada no Carnaval e em outras ocasiões festivas? Seria uma obra de imaginação, um sonho, um devaneio, uma ficção?
Sinceramente, não sei! E, se pudesse escolher a quem pedir opinião, escolheria Sigmund Freud (criador da psicanálise) e Carl Gustav Jung (fundador da escola analítica de Psicologia). Sim, pediria ajuda aos dois, ao mesmo tempo. Certamente, eles iriam ter opiniões diferentes, mas, seria enriquecedor, vê-los discutindo o assunto.
"O termo fantasia deriva da palavra grega phantasía. O sentido original desta palavra é revelador: ela significava 'o fazer visível'. Derivada de um verbo que queria dizer 'tornar visível, revelar'. A correlação é clara: a função psicológica de nossa capacidade para a fantasia é tornar visível a dinâmica invisível da psique inconsciente." diz Robert A. Johnson, em Innerwork - A chave do reino interior, Editora Mercuryo.
Segundo a psicologia grega, o poder da mente humana de formar imagens nos capacita a ver o inconsciente. A mente humana tem o poder de converter o inconsciente (reino invisível) em formas visíveis que o deixem ser visto e contemplado no intelecto. A palavra grega phantasía nomeava essa capacidade do homem em dar forma ao seu mundo interior, produzindo imagens poéticas, abstratas e religiosas.
Jung disse: "Confrontar-se com o inconsciente é algo muito diverso: trata-se de liberar os processos inconscientes que irrompem na consciência sob a forma de fantasias. Pode-se então interpretá-las... vivê-las plenamente e também compreendê-las, uma vez que a compreensão intelectual pertence à totalidade da experiência... "
Freud demonstrou que os sonhos e a fantasia são processos que visam aliviar a angústia. Para ele, o principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade. E, em sua opinião, haveria, dois modos de diminuí-la. O primeiro modo seria lidando diretamente com a situação causadora. O segundo seria deformando ou negando a própria situação, através dos denominados Mecanismos de Defesa.
A fantasia é um dos Mecanismos de Defesa. O site Guia-Psi cita: "Quando em doses moderadas a fantasia pode contribuir para a adaptação do indivíduo, já que proporciona a eliminação da angústia e permite que o indivíduo enfrente de novo o problema respectivo. Entretanto, uma dose constante e profunda de fantasia e devaneio pode fazer com que a pessoa se desvie da realidade, acostumando-se a um mundo irreal e quando ela 'acordar para a vida' sentirá mais dificuldades para enfrentar os problemas concretos. Da mesma forma como a moderação e o exagero, na fantasia, podem ser benéfica e prejudicial respectivamente, também existem fantasias que poderiam ser classificadas de 'positivas' (que permitem autodefesa e autoafirmação), e fantasias 'negativas' (que levam o indivíduo a imaginar prolongadamente aspectos contrários ou infelizes da vida, possibilidades de erros, dificuldades às vezes até impossíveis)."
Quanto mais eu leio sobre o assunto, mais desejo saber. Será que antes de romperem a amizade, Freud e Jung aceitariam que eu lhes servisse um chá, demoradamente, para poder ouvir suas conversas? Já me imagino deixando cair uns biscoitinhos no chão, para ter uma desculpa de ficar mais tempo por perto. Chá, eu não me atreveria a derrubar. Com aquele ar de seriedade de Freud, ele devia ser exigente com as pessoas próximas. Mas, talvez não fosse... e, até aceitasse, ler alguns de meus poemas. Puxa vida! Eu poderia tê-lo inspirado em várias teorias. Sou um prato cheio para qualquer psicanalista.
Quanto mais eu escrevo sobre o assunto, mais desejo escrever. Escrever melhora a ansiedade. Ainda faltam dois dias para que meu analista volte das férias e, enquanto aguardo, vou tentando fazer amizade com Freud e Jung.
Depois de um colorido Carnaval, minha mente parece uma tela em branco. Fantasia seria a vestimenta usada no Carnaval e em outras ocasiões festivas? Seria uma obra de imaginação, um sonho, um devaneio, uma ficção?
Sinceramente, não sei! E, se pudesse escolher a quem pedir opinião, escolheria Sigmund Freud (criador da psicanálise) e Carl Gustav Jung (fundador da escola analítica de Psicologia). Sim, pediria ajuda aos dois, ao mesmo tempo. Certamente, eles iriam ter opiniões diferentes, mas, seria enriquecedor, vê-los discutindo o assunto.
"O termo fantasia deriva da palavra grega phantasía. O sentido original desta palavra é revelador: ela significava 'o fazer visível'. Derivada de um verbo que queria dizer 'tornar visível, revelar'. A correlação é clara: a função psicológica de nossa capacidade para a fantasia é tornar visível a dinâmica invisível da psique inconsciente." diz Robert A. Johnson, em Innerwork - A chave do reino interior, Editora Mercuryo.
Segundo a psicologia grega, o poder da mente humana de formar imagens nos capacita a ver o inconsciente. A mente humana tem o poder de converter o inconsciente (reino invisível) em formas visíveis que o deixem ser visto e contemplado no intelecto. A palavra grega phantasía nomeava essa capacidade do homem em dar forma ao seu mundo interior, produzindo imagens poéticas, abstratas e religiosas.
Jung disse: "Confrontar-se com o inconsciente é algo muito diverso: trata-se de liberar os processos inconscientes que irrompem na consciência sob a forma de fantasias. Pode-se então interpretá-las... vivê-las plenamente e também compreendê-las, uma vez que a compreensão intelectual pertence à totalidade da experiência... "
Freud demonstrou que os sonhos e a fantasia são processos que visam aliviar a angústia. Para ele, o principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade. E, em sua opinião, haveria, dois modos de diminuí-la. O primeiro modo seria lidando diretamente com a situação causadora. O segundo seria deformando ou negando a própria situação, através dos denominados Mecanismos de Defesa.
A fantasia é um dos Mecanismos de Defesa. O site Guia-Psi cita: "Quando em doses moderadas a fantasia pode contribuir para a adaptação do indivíduo, já que proporciona a eliminação da angústia e permite que o indivíduo enfrente de novo o problema respectivo. Entretanto, uma dose constante e profunda de fantasia e devaneio pode fazer com que a pessoa se desvie da realidade, acostumando-se a um mundo irreal e quando ela 'acordar para a vida' sentirá mais dificuldades para enfrentar os problemas concretos. Da mesma forma como a moderação e o exagero, na fantasia, podem ser benéfica e prejudicial respectivamente, também existem fantasias que poderiam ser classificadas de 'positivas' (que permitem autodefesa e autoafirmação), e fantasias 'negativas' (que levam o indivíduo a imaginar prolongadamente aspectos contrários ou infelizes da vida, possibilidades de erros, dificuldades às vezes até impossíveis)."
Quanto mais eu leio sobre o assunto, mais desejo saber. Será que antes de romperem a amizade, Freud e Jung aceitariam que eu lhes servisse um chá, demoradamente, para poder ouvir suas conversas? Já me imagino deixando cair uns biscoitinhos no chão, para ter uma desculpa de ficar mais tempo por perto. Chá, eu não me atreveria a derrubar. Com aquele ar de seriedade de Freud, ele devia ser exigente com as pessoas próximas. Mas, talvez não fosse... e, até aceitasse, ler alguns de meus poemas. Puxa vida! Eu poderia tê-lo inspirado em várias teorias. Sou um prato cheio para qualquer psicanalista.
Quanto mais eu escrevo sobre o assunto, mais desejo escrever. Escrever melhora a ansiedade. Ainda faltam dois dias para que meu analista volte das férias e, enquanto aguardo, vou tentando fazer amizade com Freud e Jung.
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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
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2 comentários:
Lenise Um bom texto na ideia e na estrutura.. Mas o legal mesmo é demonstrar tua cultura e levar o leitor a buscar tuas citações. E o final... delicioso. Beijos Rosa
11 de março de 2004
Quase um compendio sobre o tema, permitindo-nos nao apenas literatura de entretenimento, mas tambem cultura, é um texto completo e, a meu ver, atende ao desafio proposto. Muito bom! Luciene
24 de março de 2004
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